"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem". É com essa citação do romance "Grande Sertão Veredas", do escritor brasileiro Guimarães Rosa, que eu inicio a crônica desta semana, porque uma das aventuras da vida é o inesperado - e a coragem para enfrentá-lo.
A vida é transfiguração de idas e vindas, de alianças e rompimentos. Às vezes nos despedimos de alguma coisa e dói muito, porque era algo que queríamos mais que tudo, era o importante, a prioridade, mas por algum motivo não quis ficar. Sofremos, pois na vida nem tudo podemos controlar, nossas ações têm um limite, só vão até determinado ponto, neste limite, já é terra de outra pessoa - o coração.
Mas nesta jornada que chamamos de vida, a próxima etapa não sabemos, é desconhecida, vamos desbravando no decorrer dos minutos em que vamos vivendo. Sabemos então que nem tudo foi uma despedida, o coração alheio também sofre, custa aceitar que também precisa do outro, e então volta - na certeza de que as pessoas são únicas e insubstituíveis.
É a estação da paixão em que tudo volta a ser colorido, florido, aromático. Ser feliz a dois é vida, é energia, é magia. O além de todas as coisas, ultrapassando o infinito.
Finalizo esta crônica com uma citação do romance "Água Viva", de Clarice Lispector. "Corro perigo. Como toda pessoa que vive. E a única coisa que me espera. É exatamente o inesperado".
Sim, o amor está de volta.
Por: Vinícius Bellchior Bruce - Graduado em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas - Campus Parintins
Vinícius Bellchior - Equipe JORNALISMO PARINTINS
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