A voz da resistência na Amazônia

A luta da Mulher Negra Latina e Caribenha contra o Racismo e a Violência

25/07/2023 às 11h43 Atualizada em 21/08/2023 às 20h53
Por: Ana Cristina Machado
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Imagem: Divulgação/Oxfam Brasil
Imagem: Divulgação/Oxfam Brasil

O dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado hoje, 25 de julho, diversas organizações lançaram a campanha "Tem Floresta em Pé, Tem Mulher" para enaltecer o trabalho das mulheres que dedicam suas vidas à preservação da floresta amazônica e das comunidades tradicionais da região. Essas mulheres enfrentam desafios únicos em meio às disputas por territórios e, com determinação, erguem suas vozes como agentes de mudança, buscando justiça e igualdade na Amazônia.

A Amazônia é um tesouro da biodiversidade global, mas também é palco de uma luta resiliente travada pelas mulheres negras, latinas e caribenhas contra o racismo e a violência. Imersas na exuberância da floresta tropical, essas guerreiras desempenham um papel fundamental na proteção da natureza, da cultura e dos direitos humanos na região.

A luta da mulher negra na Amazônia ocorre em um contexto complexo, onde a discriminação racial permeia diversas esferas sociais. Diariamente, essas mulheres enfrentam obstáculos no acesso à educação, oportunidades de emprego e representatividade política, limitando sua participação e influência nas decisões que afetam o futuro da região. A interseção de discriminações e violências cria um ambiente hostil que desafia sua dignidade e seus direitos.

Além do racismo, as mulheres negras enfrentam a violência ambiental decorrente da exploração desenfreada da Amazônia. A extração ilegal de recursos naturais, o desmatamento e a grilagem de terras ameaçam seus meios de subsistência, suas tradições culturais e sua conexão com a terra. A degradação ambiental compromete não apenas o ecossistema regional, mas também a segurança e o bem-estar das comunidades que dependem da floresta.

Diante desses desafios, as mulheres negras emergem como verdadeiras líderes na luta pela justiça social e preservação da Amazônia. São guardiãs do conhecimento ancestral e reconhecem a importância da floresta para a manutenção da vida e a sustentabilidade planetária. Seus esforços em defender a biodiversidade, promover a conscientização ambiental e denunciar a exploração predatória são fundamentais para enfrentar a crise ambiental na região.

A representatividade e inclusão dessas mulheres nas decisões políticas são cruciais para promover uma mudança significativa. Garantir sua participação ativa nos espaços de poder é dar voz a uma perspectiva única e enriquecedora, que pode contribuir para a formulação de políticas públicas mais justas e sustentáveis. A voz da resistência dessas mulheres é uma fonte inestimável de conhecimento para a construção de soluções concretas para os problemas que a Amazônia enfrenta.

É importante valorizar os projetos e iniciativas liderados por mulheres negras na região. Iniciativas que promovem o empreendedorismo, a educação e o fortalecimento das comunidades são fundamentais para impulsionar a autonomia dessas mulheres e construir uma sociedade mais inclusiva e equitativa.

A mídia tem um papel essencial em amplificar a voz da resistência na Amazônia. É responsabilidade dos veículos de comunicação dar espaço a essas mulheres e suas lutas, compartilhando suas histórias de coragem e determinação. Isso contribui para desafiar estereótipos e disseminar uma imagem mais autêntica e empoderada das mulheres negras.

Como sociedade, temos o dever de apoiar e proteger a luta da mulher negra na Amazônia. A desconstrução do racismo estrutural e a promoção de políticas que respeitem os direitos humanos e a preservação ambiental são essenciais para um futuro sustentável e justo na região.

Reconhecer e celebrar a voz da resistência das mulheres negras na Amazônia vai além de um gesto simbólico; é um passo necessário para construir uma sociedade que valorize e proteja suas tradições, cultura e direitos. Somente por meio da inclusão e do respeito à diversidade de vozes, poderemos garantir um futuro onde a Amazônia floresça em toda a sua exuberância, e suas mulheres, independentemente de sua origem étnica, sejam protagonistas na construção de um mundo melhor.

Encerro este artigo com a citação de Marielle Franco: “Ser mulher negra é estar na vanguarda da luta por justiça social, é resistir ao silenciamento e criar espaços onde nossas vozes possam ecoar.” Que essa luta e essa voz de resistência das mulheres negras na Amazônia inspirem a todos nós a trabalhar incansavelmente pela justiça, igualdade e preservação do meio ambiente, pois somente assim poderemos alcançar um futuro mais justo, sustentável e inclusivo para todas as pessoas e para a nossa amada Amazônia.

 

 

Por: Ana Cristina Ferreira Machado - Graduada em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade Federal do Amazonas – Campus Parintins.

Ana Cristina Machado - Equipe Jornalismo Parintins

 

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