Eu pensei em como desenvolver a escrita desta crônica, se seguiria uma estilo mais romântico ou realista. Acontece que a vida não é lá tão carinhosa com os românticos incuráveis, ela nos esmaga e nos faz sentir nos ossos os sentimentos intensos que para alguns, não é tão profundo assim. Então escolhi como título uma frase de um romance de Clarice Lispector, "a vida é um soco no estômago".
"O amor é tão mais fatal do que eu havia pensado", também escreveu Clarice. E hoje, onde a moda é usar o outro como se usa um objeto de modo temporário, sem ligar muito para que o outro sente ou deixa de sentir. Está cada vez mais difícil encontrar alguém que seja de verdade. Que se importe e goste realmente de estar ao nosso lado. Parte-se corações como se fosse algo que conserta-se facilmente, às vezes o processo de cura são meses de terapia com algum psicólogo/psiquiatra para nos fazer entender que a vida é assim mesmo, que a humanidade não é tão madura quanto parece e que não estamos salvos de pessoas sem o mínimo de responsabilidade emocional.
No mergulho absoluto em um mar de incertezas, a volta à superfície é sempre dolorosa. A saudade lateja e revira em nossos vastos corações. A constelação de sentimentos que nós víamos na troca de olhares permanece viva até que ela mesma se apague.
E a ferida aberta deixada por alguém permanece em carne viva até que o tempo cicatrize. Ainda acreditamos que o amor dura para sempre. Acreditamos que tudo pode ser mais e infinitamente incrível. Então nos reinventamos imaginando uma nova vida. Novos momentos. Novas sensações. Vida transfigurada.
Diante de um coração
partido
Nenhum outro pode falar
sem ter tido o grande
privilégio
De igualmente ter sofrido
- Emily Dickinson
Por: Vinícius Bellchior Bruce - Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas - Campus Parintins
Vinícius Bellchior - Equipe Jornalismo Parintins
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