É no ventre úmido da Amazônia – utilizando as palavras da jornalista Eliane Brum – que está o que podemos chamar de a poesia do planeta, pois em cada parte de quem vive nesta brisa úmida, vê as maravilhas da floresta exaltadas em seus próprios habitantes ou em cada fragmento dessa imenso verde, definida por Eliane Brum como o centro do mundo.
Pássaros, rio, lendas, animais, linguajar e modos de enxergar o mundo, unido a poesia da floresta, torna o homem amazônida mais sensível as coisas da Terra e a sua proteção, uma herança dos povos indígenas que resistem bravamente pela preservação de suas terras e identidades. A poética cabocla está no seu modo de vida, quando o ribeirinho lava roupa as margens do Rio Amazonas, na história de visagem (assombração), na culinária, e em tantas outras marcas da identidade.
Os pescadores fazem dos estreitos caminhos que adentram o ventre da floresta, as suas estradas que os conduzem o que irão levar para casa – o peixe. Em terra, têm aqueles que utilizam do solo amazônida para plantar o que mais tarde torna-se a sua fonte de renda, por exemplo o plantio do açaí, banana, melancia entre outras frutas e legumes.
Amazônia não é um animal exótico para causar espanto ou admiração em quem quer que seja, a Amazônia é a vida pulsando, em seu verde, na sua gente, no seu bioma, em seu rio, e por ser a vida, ela merece ser cuidada e respeitada.
No imaginário amazônida, gente vira bicho, bicho vira gente, e o rio também tem seus habitantes, visível somente para alguns. A floresta tem seus mistérios, seus espíritos, seus protetores, em uma atmosfera mística. A simbiose do homem amazônida com a natureza vai muito além do seu contato direto com a matriz verde do planeta, ou do que é possível sentir, é algo que aflora em seu DNA.
A cidade de Parintins, no Amazonas, talvez seja o maior exemplo de tudo disso, é onde acontece o Festival de Parintins, dos Bois-Bumbás Caprichoso e Garantido, é onde a arte encontra o talento, no DNA amazônida. Mas não só isso, a cidade é repleta de talentos em todas as áreas, seja na poesia, no jornalismo, na literatura... Tantos talentos que a cidade exporta para o Brasil e o mundo provam que a Amazônia é mais que a floresta, é também o talento do seu povo – ou dos seus filhos, nascidos diretamente do seu ventre.
Por: Vinícius Bellchior Bruce - Graduado em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade Federal do Amazonas – Campus Parintins.
Vinícius Bellchior - Equipe Jornalismo Parintins
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