Um trecho da orla de Parintins, localizado entre a Praça Digital e a Praça do Comunas, foi interditado pela Prefeitura 6 meses após a reinauguração da obra que reestruturou o local. Segundo a própria prefeitura, ainda sob comando do ex-prefeito Bi Garcia (PSD), foram R$ 2,9 milhões investidos naquela área.
O assunto foi destaque no Jornal do Amazonas (1ª edição) desta terça-feira. De acordo com a matéria, foram identificadas rachaduras na Rua Caetano Prestes e na parede de concreto do muro de contenção, e por questões de segurança, a rua foi fechada.
Ainda segundo a matéria, especialistas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA/Parintins) alertam para os riscos que a área apresenta. “Nós detectamos que a estrutura nova que fizeram, de muro de contenção, apresentava uma suspensão, uma fissura inclusive na base”, explicou o professor Camilo Ramos.
“Houve um afundamento, onde o asfalto apresenta fissuras. Isso quer dizer que pode haver mudança de comportamento no solo, e isso coloca a área em risco”, alertou o professor.
Por meio de nota a reportagem do JAM 1, a Prefeitura de Parintins informou que após análises das equipes da secretaria de obras, foi verificado que o trecho do muro de arrimo está preservado e sem danos estruturais, e a rachadura verificada em uma das paredes, foi apenas no reboco da massa que cobre a estrutura, e os reparos já foram realizados.
Sobre a trinca na parte da rua, a Prefeitura também não teria constatado do riscos, mas a secretaria responsável está avaliando com mais tranquilidade para verificar a causa.
Vale lembrar que o atual prefeito Mateus Assayag (PSD), sucessor de Bi Garcia, é engenheiro civil formado pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Alvo do MP
Em dezembro de 2024, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), por meio da Promotoria de Justiça de Parintins, instaurou um procedimento administrativo e uma recomendação (nº 2024/0000141956) destinados à prefeitura municipal e à Defesa Civil, com o objetivo de verificar as providências que estão sendo adotadas em relação às políticas públicas para prevenção de desastres decorrentes de deslizamentos de terra na orla de Parintins.
As medidas levaram em consideração o Relatório Técnico nº 011/2024, publicado pela Secretaria de Estado de Defesa Civil do Amazonas, que avaliou a margem fluvial da cidade e a classificou em “grau de risco crítico” — isto é, com possibilidade de desmoronamento de terras e edificações em alguns pontos na orla. No relatório, a Defesa Civil sugeriu a execução de planos de ação nessas áreas, como a remoção imediata de moradores e elaboração de projetos de infraestrutura.
*Com informações do jornalista Jean Beltrão
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