Aliados de Mateus Assayag ficam sem a vice-presidência da Câmara de Parintins

Para quem achava que a oposição estaria fora do jogo depois das eleições, enganou-se e cantou vitória antes do tempo. Saiba tudo:

02/01/2025 às 13h39 Atualizada em 02/01/2025 às 16h03
Por: Vinícius Bellchior
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Fachada da Câmara de Parintins - Foto: Simone Brandão
Fachada da Câmara de Parintins - Foto: Simone Brandão

A eleição para a presidência da Câmara Municipal de Parintins nessa quarta-feira (1) movimentou a política na ilha tupinambarana. A base aliada do ex-prefeito Bi Garcia e do seu sucessor, o prefeito Mateus Assayag, ambos do PSD, sofreu um revés ao descobrirem que a vereadora Márcia Baranda (União Brasil), iria a compor a chapa única liderada por Cabo Linhares (PL).

Dos 13 vereadores eleitos e reeleitos, 9 pertencem ao grupo de Mateus e apenas 4 à oposição. Sendo assim, o acordo seria formar uma chapa única composta por vereadores da base de Assayag. O nome de Fábio Cardoso foi o escolhido para ser o vice de Cabo Linhares.

Mesmo do grupo de Mateus, Linhares não era visto com bons olhos por vereadores da própria situação - os que são mais próximos ao agora ex-presidente da Casa, o vereador Alex Garcia (PSD), que desejava ser reeleito presidente.

Articulado no início da tarde de quarta (1) de forma mais discreta possível, Linhares ganhou o apoio dos 4 vereadores da oposição ao garantir que Márcia Baranda seria a vice na chapa, e não mais Fábio Cardoso, o que pegou a base de Mateus de surpresa na hora da votação na Câmara.

O clima depois da votação

Contrariados e sem saber o que fazer, a reação dos vereadores da situação (cerca de 5) que queriam Fábio Cardoso vice-presidente evidenciou a falta de orientação política durante a votação. Porque mesmo votando a favor de Linhares e Márcia - eleitos por unanimidade -  após a eleição o clima era de descontentamento (ou arrependimento?) dos tais vereadores.

Para se ter uma ideia do climão, os vereadores Alex Garcia, Telo Pinto, Julvan Medeiros, Fábio Cardoso e Azamor Pessoa não quiseram tirar a foto oficial com todos os vereadores empossados e também não assinaram a ata da primeira sessão, pois até o momento ela ainda não está disponível no sistema, assim como a atualização da nova mesa diretora.

4 foi maior que 5

A manobra de Linhares em preferir Márcia Baranda a Fábio Cardoso tem algumas explicações. Uma delas é a certeza do Cabo em saber que poderia levar uma "rasteira" durante a votação, sabendo que no seu grupo existe vereadores que não o queriam na presidência da Casa, sendo assim, ele se antecipou, garantindo mais 4 votos com Márcia na vice-presidência.

Em resumo, 4 votos levaram a vereadora Márcia Baranda ao comando da vice-presidência da Câmara de Parintins pelos  próximos dois anos.

E agora?

Linhares é aliado do deputado estadual Cabo Maciel (PL), da base do governador Wilson Lima, adversário político do grupo de Mateus Assayag.

Márcia Baranda é a única mulher no parlamento parintinense e foi reeleita com 1.268 votos, apoiando a então candidata a prefeita Brena Dianná (União Brasil). Cabo Linhares foi o vereador mais votado no pleito, ele somou 1.848 votos.

Bônus: Há 3 semanas, o JORNALISMO PARINTINS noticiou o clima nos bastidores das articulações para a eleição da Câmara com o título “Disputa pela presidência da Câmara de Parintins tem ameaça de racha e ‘pernada’ na base de Bi Garcia”.

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