Acostumado a vencer com maioria esmagadora em Parintins, o grupo político do atual prefeito do município, Bi Garcia (PSD), viu-se pressionado até os minutos finais da apuração dos votos na ilha tupinambarana no último domingo (6).
O candidato e agora prefeito eleito, Mateus Assayag (PSD) apoiado por Bi Garcia, ficou com 49,89% (28.235 votos), contra 44,61% (25.250 votos) da parintinense Brena Dianná (União Brasil). Michele Valadares (NOVO), ex-primeira dama do município, ficou com míseros 5,50% (3.112 votos).
Uma candidatura a vereadora por Michele seria a forma mais viável de entrar na política local, visto que a eleição dava sinais claros de que seria polarizada entre Brena e Mateus. Valadares tinha grandes possibilidades de ser a vereadora mais bem votada da história de Parintins.
Império fragilizado
Para se ter uma ideia da comparação, em 2016, disputando o retorno à prefeitura de Parintins contra a empresária Márcia Baranda, na época do MDB, Bi Garcia venceu com 63,20%, correspondendo a 30.970 votos, contra 26,06% de Márcia, que recebeu 12.773 votos.
Em 2020, buscando reeleição e enfrentando o advogado Juscelino Manso, Bi Garcia vence de “lavada” com impressionantes 65,65%, totalizando 32.778 votos. Juscelino ficou com 32,57%, recebendo 16.262 votos. Douglas Batista foi votado por apenas 889 parintinenses, totalizando 1,78%.
Uma outra observação interessante, é que Bi Garcia sempre teve dificuldades em emplacar um sucessor na prefeitura. Em 2013, após 8 anos de mandato, o prefeito apoiou Messias Cursino na disputa eleitoral, que foi derrotado por uma diferença mínima por Alexandre da Carbrás, ficando 46,37% a 45,14%.
O fenômeno Brena Dianná
Foto: Divulgação/Assessoria
Com apenas 31 anos e vereadora de primeiro mandato, a parlamentar surpreendeu nestas eleições, ao conquistar o apoio do governador Wilson Lima e a presidência municipal do União Brasil, construindo uma base política forte para enfrentar o grande grupo político consolidado do atual prefeito Bi Garcia, que tinha ao seu dispor dois senadores da República (Eduardo Braga, do MDB, e Omar Aziz, do PSD), deputados estaduais e federais, além do apoio tímido do presidente Lula (PT). E claro, a experiência de Bi Garcia em ser reeleito duas vezes prefeito de Parintins, feito que nenhum outro político ainda conseguiu realizar.
Falando em PT, apesar do apoio da executiva nacional à candidatura de Mateus Assayag, em Parintins, o partido seguiu na contramão da determinação e apoiou incondicionalmente a candidatura de Brena Dianná, a única parintinense a liderar uma chapa à prefeitura nestas eleições.
Brena possui uma popularidade e um carisma que nenhum outro político do município detém no momento. Nas caminhadas e nas reuniões de campanha, Dianná sempre foi muito bem recebida como uma estrela do pop, principalmente pela juventude.
Brena e o candidato a vice Massilon Cursino - Foto: Divulgação/Assessoria
Ao lado de Massilon Cursino, a chapa de Brena Dianná foi a junção da força jovem com a experiência, pois Massilon tem no currículo mais de 30 anos na administração pública, mais precisamente na Secretaria de Fazenda do Amazonas (SEFAZ).
A grandeza de Brena
Foto: Reprodução
Como de costume desde a sua primeira eleição como vereadora (eleita com 1.183 votos), depois como candidata a deputada estadual em 2022, recebendo 13.590 votos, porém, insuficientes para ser eleita, Brena Dianná retorna para agradecer pessoalmente os seus eleitores em forma de gratidão pelo apoio recebido.
Clima estranho
Após o anúncio oficial do resultado das eleições, Parintins vivencia um clima de velório desde então, trazendo a impressão de que ninguém venceu, apesar da comemoração constrangida do grupo político de Bi Garcia, pela diferença inexpressiva nas urnas. É como se uma gestão preguiçosa avançasse sobre Parintins ou como se não tivesse muito o que comemorar. Foram apenas 2.985 votos de diferença. Na última eleição de Bi Garcia, em 2020, a diferença foi de incríveis 16.262 votos para o segundo colocado.
Alguns podem argumentar que o Bi não era o candidato nesta eleição, mas ele próprio colocou-se como tal e declarou-se o campeão do pleito após o resultado, dando a impressão de que o seu sucessor é apenas uma peça no seu jogo político.
Novos passos
Foto: Divulgação/Assessoria
Fortalecida e com seus mais de 25 mil votos, Brena Dianná se consolida como uma grande liderança política em Parintins e deve caminhar para disputar novamente uma vaga na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) nas eleições de 2026. Imparável e extremamente determinada, a jovem amazonense deve trilhar os novos passos sob a frase de Confúncio: Até que o sol não brilhe, acendamos uma vela na escuridão. Ou mais ainda, na constatação de Albert Camus: E no meio de um inverno eu finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível.
Imprensa amiga - e antiética
Nestas eleições, ficou mais do que claro a quem serve a maioria dos meios de comunicação ditos jornalísticos em Parintins, a suruba institucional patrocinada teve seu ápice na maneira como foi noticiada a vitória do novo prefeito eleito. Fogos de artifícios e excrementos políticos noticiosos foram vendidos como informação durante toda a campanha. Uma pena! O diploma de alguns é usado como substituição ao papel higiênico! Mas isso é uma outra história para novas histórias.
Bônus: Apoiadores do novo prefeito criticaram a forma soberba em que comemorou o resultado da última eleição. Na tribuna da Câmara Municipal, o cidadão em questão ofereceu remédio para a “dor de cotovelo” aos seus adversários. Só esqueceu que agora são mais de 25 mil.
Até a próxima!
Por: Vinícius Bellchior Bruce - Graduado em Comunicação Social - Jornalismo, pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) - Campus Parintins.
Vinícius Bellchior - Equipe JORNALISMO PARINTINS
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