Ibama divulga nota sobre o caso de influenciador amazonense

Na nota divulgada hoje (20), o Ibama afirma que Agenor foi autuado em quatro crimes por meio da operação que identificou perfis em redes sociais nos quais caracterizavam irregularidades relacionadas ao uso da fauna silvestre em todo o país

20/04/2023 às 21h53 Atualizada em 21/08/2023 às 21h34
Por: Vinícius Bellchior
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Amazonense Agenor Tupinambá - Foto: Reprodução/Instagram
Amazonense Agenor Tupinambá - Foto: Reprodução/Instagram

Na tarde desta quinta-feira (20), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou uma nota de esclarecimento sobre o caso do influenciador amazonense Agenor Tupinambá, conhecido por compartilhar a sua rotina com a capivara nomeada por ele de “Filó” e outros animais. Agenor ganhou destaque na imprensa nacional após ser multado pelo Ibama em R$ 17 mil, pois segundo o órgão, o rapaz estaria praticando “exploração indevida de animais silvestres para a geração de conteúdos em redes sociais”.

A defesa de Agenor

No Instagram, Agenor também divulgou uma nota de esclarecimento, onde ele afirma que o valor da multa é algo que ele “nunca nem viu na vida”, e prossegue dizendo que jamais imaginou ser acusado de abuso, maus tratos e exploração contra animais. "Lamento profundamente o que está acontecendo e só eu sei a dor que estou sentindo. Agradeço o apoio da minha família, amigos, seguidores, imprensa e ao suporte jurídico que nunca pensei que precisaria”, desabafa o amazonense.

Apoios ao amazonense

Agenor tem recebido apoios como o da deputada estadual Joana Darc (União Brasil) - presidente da Comissão de Proteção aos Animais, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CPAMA) na Assembleia Legislativa do Estado Amazonas (ALEAM), também conhecida por sua luta em defesa dos animais; do deputado federal Felipe Becari (União – SP) – que usou a tribuna da Câmara dos Deputados em Brasília para defender o amazonense; e do biólogo Richard Rasmussen.

A nota do Ibama                

Na nota divulgada hoje (20), o Ibama afirma que Agenor foi autuado em quatro crimes por meio da operação que identificou perfis em redes sociais nos quais caracterizavam irregularidades relacionadas ao uso da fauna silvestre em todo o país. São eles: Morte de uma preguiça-real, situação confirmada por Agenor; Prática de maus-tratos contra animal silvestre (preguiça real); Uso de espécimes da fauna silvestre sem a devida permissão de autoridade competente (capivara e papagaio); Exploração da imagem de animal silvestre mantido em situação de abuso (capivara) e irregularmente em cativeiro.

Ainda de acordo com o Ibama, a introdução de hábitos típicos de ambiente doméstico em espécies silvestres inviabiliza capacidade de sobrevivência na natureza, segundo órgão, a divulgação de imagens do uso de animais selvagens como animais domésticos estimula a vontade de as pessoas retirarem esses animais do seu habitat natural e, principalmente, incentiva o tráfico de animais silvestres.

A nota afirma que o Ibama não retirou até o momento nenhum animal que está em posse de Agenor Tupinambá. “Também é importante deixar claro que por mais que as pessoas acreditem estar tratando bem um animal silvestre, mesmo que ele tenha sido resgatado, está indo de encontro a natureza do animal, que é de conviver com os seus em liberdade. No caso de resgate de animais silvestres encontrados na natureza machucados ou filhotes, é necessário comunicar a posse para as instituições competentes e, assim, definir com base na lei o destino do animal silvestre”, explica a nota.

Leia a nota completa:

“Brasília (20/04/2023) - Durante operação de combate a irregularidades relacionadas ao uso da fauna silvestre realizada em todo o país, o Ibama identificou perfis em redes sociais nos quais está caracterizada exploração indevida de animais.

Uma delas, feita no dia 18 de abril, ganhou repercussão nacional, - o caso do influenciador digital Agenor Tupinambá.

O jovem estudante de agronomia ficou conhecido por publicar vídeos em que interage com animais silvestres da Amazônia como cobras, capivara, preguiça-real, paca, papagaio, entre outros.

Ao analisar o conteúdo das redes sociais do estudante, agentes ambientais do Ibama constataram que os animais eram retirados da vida livre e exibidos em situações incompatíveis com os hábitos das espécies como por exemplo banho com produtos de higiene humana, uso de roupas e ornamentos.

Devido a essas publicações onde Agenor aparece interagindo com animais silvestres, ele foi autuado por quatro motivos:

1 – Morte de uma preguiça-real, situação confirmada por Agenor;

2 – Prática de maus-tratos contra animal silvestre (preguiça real);       

3 - Uso de espécimes da fauna silvestre sem a devida permissão de autoridade competente (capivara e papagaio);

4 – Exploração da imagem de animal silvestre mantido em situação de abuso (capivara) e irregularmente em cativeiro.

Ao autuar o jovem por práticas proibidas na legislação ambiental, o Ibama cumpre o papel de resguardar a fauna silvestre brasileira. A divulgação de imagens do uso de animais selvagens como animais domésticos estimula a vontade de as pessoas retirarem esses animais do seu habitat natural e, principalmente, incentiva o tráfico de animais silvestres.

Diante da situação, internautas saíram em defesa do jovem por acreditarem, com base no senso comum, que os animais estariam sendo bem tratados. No entanto, a introdução de hábitos típicos de ambiente doméstico em espécies silvestres inviabiliza capacidade de sobrevivência na natureza.

O Ibama defende, por determinação legal, que animais silvestres sejam mantidos em vida livre, onde prestam serviços ambientais de importância incalculável para a manutenção de um meio ambiente equilibrado.

É bom esclarecer que o jovem foi multado pela morte da preguiça-real que estava em sua posse, fato vastamente divulgado nas redes sociais. Outra notificação do Ibama ao jovem foi o uso de imagens de animais silvestres com monetização pelas redes.

O Ibama não retirou até o momento nenhum animal que está em posse de Agenor Tupinambá. O Ibama irá, primeiramente, realizar uma diligência para averiguar o estado de saúde e condições dos animais. A partir de laudos técnicos dos fiscais, o Ibama tomará as medidas legais cabíveis.

Também é importante deixar claro que por mais que as pessoas acreditem estar tratando bem um animal silvestre, mesmo que ele tenha sido resgatado, está indo de encontro a natureza do animal, que é de conviver com os seus em liberdade.

No caso de resgate de animais silvestres encontrados na natureza machucados ou filhotes, é necessário comunicar a posse para as instituições competentes e, assim, definir com base na lei o destino do animal silvestre.”

 

Por: Vinícius Bellchior Bruce - Acadêmico do curso de Comunicação Social – Jornalismo, da Universidade Federal do Amazonas – Campus Parintins. 

Vinícius Bellchior - Equipe Jornalismo Parintins

 

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Renner Há 2 anos Parintins/AmBem explicado a situação, obrigado pelas informações!!
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