"O essencial é invisível aos olhos"

Por: Vinícius Bellchior

11/04/2023 às 16h47 Atualizada em 21/08/2023 às 21h03
Por: Vinícius Bellchior
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Imagem: Reprodução/Internet
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Em um momento em que parecemos enfrentar uma crise de humanidade, é preciso recorrer a meios que nos lembrem de quem realmente somos – e a literatura é um deles. Hoje discorro sobre um dos livros mais traduzidos do mundo. “O Pequeno Príncipe”, a obra literária que nos ensina que o essencial é invisível aos olhos.

O livro 

“O Pequeno Príncipe” é um livro do escritor francês Antoine Saint-Exupéry, publicado em 1943 nos Estados Unidos. A obra conta a história de um aviador que se perde no deserto do Saara e encontra um menino que se autodenomina príncipe. Durante esse encontro, o aviador se depara com um ser frágil, mas que lhe ensinará muitas lições de vida.

“O Pequeno Príncipe” é o livro mais traduzido do mundo, atrás apenas da Bíblia e do Alcorão. Desde a sua publicação, o livro vem atravessando gerações de leitores que se encantam pelo principezinho que só queria o desenho de um carneiro. Com uma linguagem poética e uma história voltada para o público infantil, o livro possui características filosóficas que também conquistam o público adulto.

Quem foi Antoine de Saint-Exupéry?

Além de escritor, Antoine foi aviador e também jornalista, antes de publicar “O Pequeno Príncipe”, o autor já havia publicado livros que logo foram premiados, como “Voo Noturno”, seu segundo romance. Mas foi “O Pequeno Príncipe” que o consagrou como um dos maiores escritores do século XX. Em 31 de julho de 1944, o avião de Saint-Exupéry desaparece e o escritor é dado como morto.

O enredo                                                    

O livro é narrado pelo próprio autor – o aviador – que narra o episódio em que seu avião teria caído no deserto do Saara. Após adormecer, o aviador se depara com o pequeno príncipe que logo lhe pede para desenhar um carneiro, pois estaria crescendo árvores em seu pequeno planeta o que ocuparia grande espaço, e o carneiro seria responsável por comê-las. Ao longo da história, o principezinho vai narrando as suas aventuras em outros planetas para o aviador. Este, logo se dá conta de que, diferente da maioria das pessoas, o pequeno príncipe dá mais valor as coisas que realmente importam na vida.

Reflexões acerca do livro

Durante as suas aventuras, o pequeno príncipe passa por diversos planetas vizinhos ao seu, como o que é habitado por um empresário. “Este homem era tão ocupado que nem mesmo levantou a cabeça à chegada do pequeno príncipe”, diz o narrador.  “Eu trabalhei tanto! Sou um homem sério, eu não me distraio com bobagens!”, responde o empresário as indagações do principezinho. Durante todo o encontro, o empresário repete diversas vezes que é “um homem sério” e que está sempre ocupado para se importar com bobagens.

Pode-se interpretar esse trecho como uma reflexão de que as pessoas se ocupam demais com coisas materiais e acabam se esquecendo de viver. O “homem sério” é ocupado demais vivendo superficialmente coisas que ele acha importante.

Outras frases marcantes

“Se você vem por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora avançar, mais eu me sentirei feliz.”

É o trecho em que a raposa pede para o principezinho cativá-la, ou seja, para fazer com que eles dois criem um laço de amizade, sendo assim, a raposa ficaria contente a cada chegada sua. Quem nunca se sentiu feliz aguardando uma pessoa especial?

“A gente só enxerga bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”.

Ao meu ver, essa frase resume toda a história do livro, pois o pequeno príncipe é cativante porque ele enxerga tudo com o coração, e as coisas que realmente importam só podem ser vistas através dele.

“Os homens não têm tempo de conhecer nada. Compram coisas já prontas nos mercados. Mas como não existe um mercado de amigos, os homens não têm mais amigos.”

Um trecho que reforça a tese de que as pessoas perdem a essência da vida se ocupando com coisas “sérias” e não têm tempo de cativar nem ao menos um amigo.  

Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas”.

Esse último trecho que cito da obra nos remete a responsabilidade afetiva que devemos ter ao nos envolver com as pessoas, ninguém deve brincar com o sentimento de alguém que se abre inteiramente para nós, como escreveu a poeta brasileira Hilda Hilst, somos humanos e frágeis. E quando se trata de amor, somos mais vulneráveis ainda, sempre!

O resgate da nossa alma

O Pequeno Príncipe nos ensina que é possível viver sem perder o encanto com o mundo. A leitura do livro é um resgaste desse encanto que vai se perdendo em nosso dia a dia que exige pressa e concentração. Devemos ter cuidado para não nos transformarmos em um “homem sério que não perde tempo com bobagens”. A magia de viver existe e o Pequeno Príncipe é uma porta de entrada para ela.

Por: Vinícius Bellchior Bruce - Acadêmico do curso de Comunicação Social – Jornalismo, da Universidade Federal do Amazonas – Campus Parintins. 

 

Vinícius Bellchior - Equipe Jornalismo Parintins

 

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