Do amor eu nunca quis me despedir

“Era tudo tão real e verdadeiro. Foi o meu capitulo principal onde transfigurei-me em meu próprio personagem. Simbiose enraizada. Não direi adeus para o meu templo”. Leia a crônica completa do jornalista Vinícius Bellchior:

26/07/2024 às 17h51 Atualizada em 26/07/2024 às 18h10
Por: Vinícius Bellchior
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Foto: Reprodução/Internet
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Transcorridos os dias, meses ou anos no sentimento intenso e profundo achando que a vida está confortável e dali em diante só a morte - tudo muda, basta um segundo e a vida não é mais a mesma - é como morrer em vida, é a despedida. Sorrateira e cruel. É a separação dos infinitos. O mesmo infinito que fica aberto - vazio - da plenitude separada. Não quero separar-me do que até então, só havia lido nos versos de Shakespeare.

De onde vem as ordens sem pedir licença? Por que tudo que é bom tem que acabar? Eu me recuso a morrer mais uma vez em vida. Estou cansado, peço de Tudo um pouco de misericórdia. Já morri tantas vezes, sou uma constelação de esperanças reinventadas.  Estilhaçado encontrei-me várias vezes, quebrado, partido ao meio. Dói nascer de novo. É como dar a luz a si mesmo. De quantas mortes farei a minha vida? Não sei, mas chove muito lá fora.

Do amor eu nunca quis me despedir. E tudo está escrito em sangue na minha literatura. Em todas as vezes, eu gostaria de ter ficado. A vida dos versos de Shakespeare não faz sentido terminar. É como se o sol e a lua deixassem de existir - e restasse apenas uma plena escuridão. O amor é a luz que ilumina tudo e qualquer escuridão.

Conheci o amor de carne e osso e o sangue é vermelho escuro. Expulsaram-me do paraíso a um dedo da eternidade. Ou acordaram-me de um sonho? Era tudo tão real e verdadeiro. Foi o meu capitulo principal onde transfigurei-me em meu próprio personagem. Simbiose enraizada. Não direi adeus para o meu templo. Teu jardim é o mais lindo e o perfume é o de rosas maceradas. E então, transcendíamos no infinito.

Nada é mais angustiante do que se ver diante de tudo e sentir o vazio deixado pela imensidão. Coração, que horas ele volta? Ouço o trovão da tempestade. Recuso-me então a deixá-lo ir, mas algo força a sua partida, talvez seja isso que chamam de destino. Alguém deveria explicar o que é a vida, porque eu não sei. Desconfio que é o fim de um romance sem o felizes para sempre. Qual o sentido de tudo partir agora? Converto-me ao inaceitável.

Sinto o deserto aproximando-se, está indo embora a minha primavera e uma saudade dilacerante aperta-me o peito. De ti, morrerei de sede, de fome e de tudo mais que fazia parte de mim. Não tenho mais o que dizer. Dessa vida quase nada compreendi. Te perdi. Tudo acabou. E então morri.

Por: Vinícius Bellchior Bruce - Graduado em Comunicação Social - Jornalismo, pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) - Campus Parintins. 

Vinícius Bellchior - Equipe JORNALISMO PARINTINS 

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